Gideão nos ensina que a fraqueza humana não é impedimento para o chamado divino.
Objetivo do Sermão: O objetivo do sermão expositivo em Juízes 6:11-16 é mostrar que, quando Deus chama alguém para uma missão, Ele não espera autossuficiência, mas fé em Sua presença, em Sua palavra e em Seu poder transformador, a fim de que até o mais inseguro seja instrumento em Suas mãos.
Mensagem Central: A mensagem central de Juízes 6:11-16 é o chamado Gideão que nos ensina que a insegurança humana não é obstáculo para Deus, porque o Senhor capacita o fraco, confirma Seu chamado e caminha com ele até a vitória.
Introdução:
Você já se sentiu paralisado diante de um desafio ou de uma missão que Deus colocou em suas mãos?
Muitos cristãos se paralisam porque acreditam que não têm dons, recursos ou capacidade para cumprir o chamado de Deus. O sentimento de inadequação é antigo, Moisés precisou lutar com isso, Jeremias, Isaías e tantos outros. Agora em nosso texto, Gideão o futuro juiz de Israel, precisa lutar contra este sentimento de incapacidade – ele se sente insignificante demais. O que aprendemos com Gideão é que a insegurança pode ser vencida não pelo esforço humano, mas pela confiança na Palavra do Senhor.
Quem é Gideão, o próximo Juiz de Israel?
Narrativa – Compreendendo o Texto Bíblico:
Gideão era da tribo de Manassés, filho de Joás, de uma família considerada pequena e insignificante. Quando o Anjo do Senhor o encontra, ele está malhando trigo escondido em um lagar, sinal de medo e sobrevivência sob a opressão inimiga. Apesar disso, Deus o chama de “homem valente” e o comissiona para libertar Israel.
A vida de Gideão mostra que Deus não escolhe os mais fortes ou influentes, mas usa os fracos para revelar Seu poder. A insegurança de Gideão representa o povo de Israel, frágil e desanimado, mas chamado a confiar no Senhor. A vitória que Deus dá a Gideão contra os midianitas (com apenas 300 homens) sublinha a mensagem central: a salvação não vem da força humana, mas da presença e do poder de Deus.
O cenário é a opressão midianita, uma das mais devastadoras crises do período dos juízes. Israel plantava e os inimigos vinham em bandos destruir tudo. Gideão está malhando trigo em um lagar, local destinado a pisar uvas, escondendo-se para não perder o alimento. Esse detalhe mostra a situação humilhante de Israel: oprimidos e escondidos, sem coragem de viver a própria vida. É nesse ambiente de medo e fragilidade que o Anjo do Senhor aparece e o chama: “O Senhor é contigo, homem valente”.
Gideão está inseguro, portanto, Como vencer a insegurança quando Deus nos chama?
Em Primeiro lugar Precisamos ouvir a identidade que Deus nos dá e não a que o medo e o mundo nos impõe
Se alguém te perguntasse, quem é você, qual seria sua resposta? Sua resposta define sua identidade e ela pode ser a que Deus te deu ou a que outra pessoa te deu. Se a sua identidade for a que Deus te deu, você será imbatível, ninguém poderá contra você.
Precisamos ouvir a identidade que Deus nos dá, não a que o medo nos impõe. O Anjo do Senhor chama Gideão de “homem valente” enquanto ele se esconde. Aos olhos de Gideão, isso é ironia; aos olhos de Deus, é profecia. A palavra do Senhor não descreve apenas o que somos, mas anuncia o que podemos ser em Suas mãos.
- Hernandes Dias Lopes lembra: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”.
- Aplicação: Quando o medo lhe disser “você não pode”, ouça a voz de Deus dizer: “Eu sou contigo, e é isso que importa”.
Em Segundo lugar Precisamos olhar para o Senhor e não para as circunstâncias
Gideão reclama: “Se o Senhor é conosco, por que tudo isso nos sobreveio?”. Você entende o que está acontecendo aqui? Gideão repete aquele erro antigo de Adão “Foi a mulher que o SENHOR me deu”, ou seja, a culpa é tua SENHOR. Deixe-me parar um pouco aqui e pensar com você sobre isso. Você já conseguiu vencer esta etapa da vida, a de colocar a culpa dos problemas da vida em Deus, na mãe, na esposa, no marido, nos filhos, no professor? Se a culpa de alguma coisa é do outro você depende do outro querer resolver problema, agora se você assume a responsabilidade você resolve o problema independe da vontade do outro e isso não te deixa preso.
Gideão lembra das histórias passadas, mas não enxerga o agir de Deus no presente. O Senhor, porém, responde: “Vai nessa tua força e livrarás Israel” – em outras palavras Deus está falando o que acabei de te dizer – Gideão resolva o problema, não fique culpando ninguém, resolva!
Gideão só via opressão, mas Deus via libertação. O medo interpreta a vida pela ausência; a fé interpreta a vida pela promessa.
- Martinho Lutero afirmou: “A fé segura-se na Palavra de Deus mesmo quando tudo parece o contrário”.
- Aplicação: Aprenda a assumir a responsabilidade pelas dificuldades da sua vida, levante-se, lute e Deus te dará forças para prevalecer sobre qualquer circunstância.
Em Terceiro Lugar precisamos confiar na presença que transforma fraqueza em força
Gideão protesta: “Minha família é a mais pobre, e eu o menor na casa de meu pai”. A resposta de Deus é simples e absoluta: “Porquanto eu hei de ser contigo”.
Você deve notar que as vezes temos a visão de Gideão, não é sobre quem Gideão é, mas sobre quem Deus é. A presença do Senhor é o que converte covardes em guerreiros.
- John Piper escreveu: “A presença de Deus é a maior promessa para todos os seus servos, porque não existe missão impossível quando Ele está no meio”.
- Aplicação: Sua insegurança não é impedimento, é oportunidade para experimentar que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza.
O Messias e o Evangelho no Sermão:
O Anjo do Senhor que aparece a Gideão é mais que um mensageiro: é uma manifestação do próprio Cristo antes da encarnação, o nome dessa doutrina é “Teofania” e ela acontece algumas vezes na bíblia, sempre que você ver “Anjo” com a letra “A” em caixa alta é o Cristo encarnando em um anjo.
Este Cristo encarnado chama, envia e garante: “Eu serei contigo”. Isso se cumpre plenamente em Jesus, que chama pescadores medrosos e os transforma em apóstolos ousados, que promete: “Estarei convosco todos os dias”, e que envia o Espírito Santo para capacitar cada discípulo. Gideão foi chamado a libertar Israel de Midiã; Cristo foi chamado a libertar Seu povo do pecado e da morte. Em Gideão, vemos a sombra; em Cristo, a realidade plena consumada.
Conclusão:
A insegurança não é o fim do chamado, é o palco onde a graça de Deus se revela. Gideão venceu a própria dúvida porque acreditou mais na voz do Senhor do que na sua. E nós, quando nos sentimos pequenos demais, precisamos lembrar que não somos chamados porque somos fortes, mas porque Ele é conosco.
Como vencer a insegurança quando Deus nos chama? Ouvindo a identidade que Ele nos dá, olhando para a Sua promessa em vez das circunstâncias e confiando na Sua presença que transforma fraqueza em força.